Há algum tempo uma senhora que trabalhava no prédio dos meus pais passou por mim e soltou a seguinte frase:
"Nossa, Renata, como você tá mais bonita, ter filho fez muito bem pra você!"
Ri, agradeci o elogio e segui em frente. Mas de vez em quando me pego pensando no que ela me disse: “Será que foi a maternidade, mesmo? ou foi casamento, a terapia…?” Não sei dizer a origem.
O que sei é que, sim, me sinto mais bonita dos altos dos meus 32 anos. Sou apaixonada pela história que venho construindo e desconstruindo nos últimos tempos e não me troco pelo meu eu de 22 anos. Hoje eu passo por um espelho, olho, dou um belo sorriso para mim mesma e penso: “bom dia, maravilhosa”.
Sempre foi assim? Claro que não.
Pra começar, eu nunca me achei bonita. Não tinha o “corpo ideal” para os esportes que pratiquei, o cabelo não era liso (era alucinada para usar franjinha kkk), muita neura com nariz e ser adiantada na escola também não facilitou em absolutamente nada a minha vida.
Decisões importantes tomadas aos 16 anos, sem experiência de vida alguma, só fizeram me forçar a caber dentro de uma caixa que era muito pequena pra mim. Eu e os meus sonhos somos muito maiores que qualquer caixa que já tentei entrar.
No dia que entendi isso, comecei a florescer. Meu corpo passou a ter uma história linda, meu cabelo passou a ser uma coroa belíssima e os sonhos saíram do papel. Aí eu fiquei mais bonita hehe.
Escrevi tudo isso (ser sucinta nunca foi o meu forte) para dizer que auto-estima é de dentro para fora. O externo não vai te dizer que você está mais bonita se, antes de tudo, você não fizer isso por si própria.
Reconhecer o seu poder e potência é o começo de tudo.
Então abrace sua criança, tire os sonhos do papel, beba água e faça o compromisso com você de que a cada espelho que passar, você irá dizer: "Olá, goxtos@. Você está cada dia mais linda!".
Beijos,
Renata